Falo de percepção, obviamente... E daquilo que, para cada um de nós, é o 'infinito'. Não ao nível do conceito, ou da palavra, mas ao nível do significado que, nesse termo, cada um de nós encerra. Falo-te de sentimento, de consciência...
E, nesse sentido, é aqui, em mim, e, possivelmente, será também aí, em ti, que diante de cada novo infinito, a consciência se expande, e se sabe finita...
Simplesmente, o tempo e o espaço, ou a vida, se quiseres, mostram-me que nunca serei capaz de entender o real significado da palavra 'infinito'. Que não estou preparado para o compreender... Porque quanto mais consciente estou da dimensão que tem, mais me avassala a vastidão que poderá ter, e isso, vai muito para além da minha consciência.
Hoje sei melhor do que nunca...
Entender o infinito é compreender, a cada novo momento, a magnitude daquilo que é incompreensível. E essa, é um lição de humildade...
Quanto mais mergulho no desconhecido, mais ele se me revela misterioso...
Gostei muito do que escreveste. O infinito pode partir da nossa percepção, parte desde o primeiro momento em que o nomeamos, em que nos lembramos dele e em que ficamos pasmos por tudo aquilo que ele representa e não representa, enquanto mistério.
Pensar no infinito dá-me voltas à cabeça e sempre pensei nisso, que a partir de um certo nível de consciência, é impossível chegar tão longe. Não podemos e nem devemos, caso contrário quebrar-se-ia o encanto.
O encanto está no que se sobrevoa sem conhecer, no que se conhece, no que albergamos nas nossas asas e acariciamos com as nossas penas e as penas que temos dos outros.
O infinito está para lá do que é concebível, mas enquanto estamos por cá, podemos contentar-nos com sentimentos de alegria infinita, como o Amor. Há sentimentos que me deixam em 'estado infinito' e o Amor é um deles.
não conheço esse infinito. tento encontrá-lo, percebê-lo, não talvez da melhor forma, mas juro que tento. talvez não acredite nele, e esse seja o problema. se existisse um infinito saberiamos que ainda tinhamos tempo, não estariamos tão preocupados em viver tudo, em sofrer tudo, em pensar que nunca vamos chegar lá.
Sempre achei que um dos grande problemas da matemática actual tem precisamente a ver com o infinito.
Em matemática o infinito parece surgir quando não existe outra solução possível.
Penso nesta linguagem pois reflete o pensamento do momento. À medida que o pensamento muda e abarca novas e mais possibilidades, assim muda também a linguagem matemática.
Penso que o grande dilema do infinito está em, usando ferramentas de um universo, tentar definir algo pertencente a outro universo. Como tal não é possível, criou-se este novo conceito, o infinito. Utilizo as palavras "universo" e "possível" para tentar ser mais claro. Para mim é óbvio que tudo é possível e que universo so há um e que ambos se podem contextualizar perfeitamente no infinito.
Para solucionar o tal dilema e livrarmo-nos desta aparente pedra no sapato do nosso pensamento, há que mudar a forma de pensar. Mudar no sentido de descobrir. Não me parece que faça sentido deixar de pensar de uma forma para começar a pensar de outra. Para mim, faz mais sentido pensar de todas as formas possíveis. Só assim, parece-me, poderemos chegar ao impossível.
Um dia imaginei uma esfera côncava e convexa em simultâneo. Em termos de geometria é algo impossível. De acordo com o pensamento lógico actual não faz sentido. Mas pensemos no que representam em termos de conteúdo e não em termos de forma.
Dentro deste universo, imagino algo que se desloca num determinado sentido em linha recta. Dentro destas 2 esferas que são uma só, cada ponto tem dupla função. Apesar do movimento ser rectilíneo, passado um determinado período de tempo, o objecto em movimento chega ao ponto de origem. Isto acontece para qualquer sentido que se mova. Não podemos dizer que se trata de algo infinito pois chegamos sempre ao ponto de partida. Também não podemos dizer que é algo finito pois não existem fronteiras nem limites para transpor.
Visto de outra forma, o sentido que cada um deseja tomar é indiferente. A duração ou a longevidade desse caminho também é indiferente uma vez que chegamos sempre ao ponto de origem. No limite, no infinito, não é necessário caminhar para chegarmos ao final da nossa caminhada. Afinal de contas, o início e o fim são o ponto de partida e, quem sabe, o motivo da nossa caminhada é a tentativa de chegarmos a nós mesmos.
Para mim o infinito é algo que uma vez compreendido dizemos: "ah, é isso, que simples". Tal qual como aqueles jogos psicológicos de tabuleiro muitas vezes feitos na base de um papel de rascunho e uma caneta para mostrar a um amigo, cuja solução reside precisamente na alteração do pensamento pré-concebido.
Penso estar ainda muito apegado à noção ilusória de espaço e tempo para que me possa abstrair o suficiente e assim ver-me livre das grades que me impedem do conhecimento a este nível.
Neste momento, é minha crença, que mais do que compreender há que sentir. O infinito começa em cada um de nós como também termina em cada um de nós. O infinito está entre nós, o infinito somos nós. Poucas são as coisas pertencentes ao que existe que nós conseguimos rotular ou compreender. Muitas mais há para serem descobertas e muitas outras mais não podem sequer ser rotuladas ou descritas.
Atrevo-me mesmo a dizer que algumas terão de ser aceites com o grau de mistério que lhes pertence. Aceitando e respeitando o que existe não só em termos materiais mas também em termos metafísicos poderá catapultar-nos para outro nível de entendimento sobre o que é o universo, ou seja, sobre o que somos nós próprios.
11 comentários:
É capaz...
O infinito tem começo?...
Tem. Começa em mim, e em ti...
Está bem.
Falo de percepção, obviamente... E daquilo que, para cada um de nós, é o 'infinito'. Não ao nível do conceito, ou da palavra, mas ao nível do significado que, nesse termo, cada um de nós encerra. Falo-te de sentimento, de consciência...
E, nesse sentido, é aqui, em mim, e, possivelmente, será também aí, em ti, que diante de cada novo infinito, a consciência se expande, e se sabe finita...
Simplesmente, o tempo e o espaço, ou a vida, se quiseres, mostram-me que nunca serei capaz de entender o real significado da palavra 'infinito'. Que não estou preparado para o compreender... Porque quanto mais consciente estou da dimensão que tem, mais me avassala a vastidão que poderá ter, e isso, vai muito para além da minha consciência.
Hoje sei melhor do que nunca...
Entender o infinito é compreender, a cada novo momento, a magnitude daquilo que é incompreensível. E essa, é um lição de humildade...
Quanto mais mergulho no desconhecido, mais ele se me revela misterioso...
Gostei muito do que escreveste. O infinito pode partir da nossa percepção, parte desde o primeiro momento em que o nomeamos, em que nos lembramos dele e em que ficamos pasmos por tudo aquilo que ele representa e não representa, enquanto mistério.
Pensar no infinito dá-me voltas à cabeça e sempre pensei nisso, que a partir de um certo nível de consciência, é impossível chegar tão longe. Não podemos e nem devemos, caso contrário quebrar-se-ia o encanto.
O encanto está no que se sobrevoa sem conhecer, no que se conhece, no que albergamos nas nossas asas e acariciamos com as nossas penas e as penas que temos dos outros.
O infinito está para lá do que é concebível, mas enquanto estamos por cá, podemos contentar-nos com sentimentos de alegria infinita, como o Amor. Há sentimentos que me deixam em 'estado infinito' e o Amor é um deles.
não conheço esse infinito. tento encontrá-lo, percebê-lo, não talvez da melhor forma, mas juro que tento. talvez não acredite nele, e esse seja o problema. se existisse um infinito saberiamos que ainda tinhamos tempo, não estariamos tão preocupados em viver tudo, em sofrer tudo, em pensar que nunca vamos chegar lá.
"If the doors of perception were cleansed, everything would appear to man as it is: infinite". (William Blake)
Sempre achei que um dos grande problemas da matemática actual tem precisamente a ver com o infinito.
Em matemática o infinito parece surgir quando não existe outra solução possível.
Penso nesta linguagem pois reflete o pensamento do momento. À medida que o pensamento muda e abarca novas e mais possibilidades, assim muda também a linguagem matemática.
Penso que o grande dilema do infinito está em, usando ferramentas de um universo, tentar definir algo pertencente a outro universo. Como tal não é possível, criou-se este novo conceito, o infinito. Utilizo as palavras "universo" e "possível" para tentar ser mais claro. Para mim é óbvio que tudo é possível e que universo so há um e que ambos se podem contextualizar perfeitamente no infinito.
Para solucionar o tal dilema e livrarmo-nos desta aparente pedra no sapato do nosso pensamento, há que mudar a forma de pensar. Mudar no sentido de descobrir. Não me parece que faça sentido deixar de pensar de uma forma para começar a pensar de outra. Para mim, faz mais sentido pensar de todas as formas possíveis. Só assim, parece-me, poderemos chegar ao impossível.
Um dia imaginei uma esfera côncava e convexa em simultâneo. Em termos de geometria é algo impossível. De acordo com o pensamento lógico actual não faz sentido. Mas pensemos no que representam em termos de conteúdo e não em termos de forma.
Dentro deste universo, imagino algo que se desloca num determinado sentido em linha recta. Dentro destas 2 esferas que são uma só, cada ponto tem dupla função. Apesar do movimento ser rectilíneo, passado um determinado período de tempo, o objecto em movimento chega ao ponto de origem. Isto acontece para qualquer sentido que se mova. Não podemos dizer que se trata de algo infinito pois chegamos sempre ao ponto de partida. Também não podemos dizer que é algo finito pois não existem fronteiras nem limites para transpor.
Visto de outra forma, o sentido que cada um deseja tomar é indiferente. A duração ou a longevidade desse caminho também é indiferente uma vez que chegamos sempre ao ponto de origem. No limite, no infinito, não é necessário caminhar para chegarmos ao final da nossa caminhada. Afinal de contas, o início e o fim são o ponto de partida e, quem sabe, o motivo da nossa caminhada é a tentativa de chegarmos a nós mesmos.
Para mim o infinito é algo que uma vez compreendido dizemos: "ah, é isso, que simples". Tal qual como aqueles jogos psicológicos de tabuleiro muitas vezes feitos na base de um papel de rascunho e uma caneta para mostrar a um amigo, cuja solução reside precisamente na alteração do pensamento pré-concebido.
Penso estar ainda muito apegado à noção ilusória de espaço e tempo para que me possa abstrair o suficiente e assim ver-me livre das grades que me impedem do conhecimento a este nível.
Neste momento, é minha crença, que mais do que compreender há que sentir. O infinito começa em cada um de nós como também termina em cada um de nós. O infinito está entre nós, o infinito somos nós. Poucas são as coisas pertencentes ao que existe que nós conseguimos rotular ou compreender. Muitas mais há para serem descobertas e muitas outras mais não podem sequer ser rotuladas ou descritas.
Atrevo-me mesmo a dizer que algumas terão de ser aceites com o grau de mistério que lhes pertence. Aceitando e respeitando o que existe não só em termos materiais mas também em termos metafísicos poderá catapultar-nos para outro nível de entendimento sobre o que é o universo, ou seja, sobre o que somos nós próprios.
Grandes doutores...
risos...
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