“Um homem do povoado de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir no alto do céu, e na volta contou: disse que tinha contemplado, lá de cima, a vida humana, e disse que somos um mar de foguinhos. O mundo é isso, revelou: um monte de gente, um mar de foguinhos. Não existem dois fogos iguais. Cada pessoa brilha com luz própria, entre todas as outras. Existem fogos grandes e fogos pequenos, e fogos de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que não chega a saber do vento, e existe gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas. Alguns fogos, fogos bobos, não iluminam nem queimam. Mas outros, outros ardem a vida com tanta vontade que não se pode olhá-los sem pestanejar, e, quem se aproxima, se acende.” (Eduardo Galeano, O Livro dos Abraços)
terça-feira, junho 21, 2011
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