sexta-feira, fevereiro 20, 2015

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"Antes de ser operado da primeira vez (foi uma operação muito comprida, de bastantes horas, porque tiraram o intestino e também o apêndice, a vesícula, aquilo já tinha apanhado várias coisas, bexiga e por aí fora), eu estava na sala para entrar, na maca, à espera da anestesia final e, de repente, sinto que me estão a dar a mão. Era o cirurgião. Não imagina como foi importante para mim. Ele ficou de mão dada comigo até adormecer. E, então, pensei: «Bolas, a função da literatura é esta: estar ali com uma mão apertada na nossa.»"

(António Lobo Antunes em entrevista à edição de Dezembro de 2014 da revista Ler)

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