terça-feira, novembro 07, 2006

Talvez...

Talvez, tempo de recolher. De escolher resolver. E de, sozinho, reaprender esse viver, esse de me dar sem ter...

[Oiço 2HB, de Roxy Music, numa versão de The Flaming Lips...]

9 comentários:

Anónimo disse...

Hoje é um dia a começar. São todos. Mas hoje, como nos outros dias durante o último mês, acordei sem sono e de peito estrangulado. Se me apetecesse ir para a rua desanuviar a ouvir o pisco e a cotovia era zen. Já o fiz algumas vezes. Apanhei uma dor de cabeça e uma constipação valentes. Para além de que me toparam na rua, o senhor do café, que me trata e cumprimenta sempre tão bem, e a senhora dos jornais, que me chama menina, psssiiu! e me pergunta se hoje não vou levar o Público. Às cinco da manhã ou às seis pelo jardim municipal com um ar de insónia no rosto perfeitamente infeliz e sorumbático não consigo manter uma postura. Não são maneiras. Não há marketing pessoal que depois me resgate da má impressão que fica de tudo isto. Sim, tenho-me sentido, outra vez, miserável, sim, não tenho estado muito "shinny happy people". E tenho decepcionado o pai nos seus conselhos sábios de "não dês nunca o flanco". Desculpa pai, eu dou. Dou e é isso que é grave. Porque depois choro muito. Sou mulher, isso deixam-me fazer. Choro às escondidas porque também sou orgulhosa. Um novo dia, uma nova decepção. When is love safe ?
E mais, por fim isto: Será que os homens sofrem mesmo por amor? Mesmo, mesminha?...Eu, e pela minha experiência falo, evidentemente, não acredito. Quando muito sofrem de dor de cabeça, ficam aborrecidos, sentem-se traídos, indignados, abandonados. É uma chatice. Mas sofrem? Transportam durante dias, durante meses, aquela sensação de que o mundo acabou para eles, de que já nada vale a pena e nunca mais vão ser capazes de ser felizes? Ou perdem simplesmente durante uns tempos o apetite e vão tomar uns copos e passam para o capítulo seguinte que a vida é curta e mulheres há muitas?......Poisé, poisé. A culpa, amigo Feio, é das histórias de encantar que nos impingiram sem contestação e onde era a princesa que sempre, mas sempre, esperava pelo seu princípe encantado. E, convenhamos, there are no knights in shining armor.
Distraiam-se a passear por aqui:

http://postsecret.blogspot.com/

http://www.astorytoshare.com/heartache.php

Beijos

Anónimo disse...

Aah, i meant homens, de género. Os homens, gajos, os tipos. Esses.
=))))

Anónimo disse...

Não imaginas como este "Talvez" faz tanto sentido hoje...

Sara Lambelho disse...

Feiinho, como dizia o poeta …

Não há mal pior
Do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão ... ;)

Tens feito tantas referências ao Vinicius. Não te esqueças dele agora.
… esquece sim o 'talvez' e vai, vai, vai, vai … viver! :)
Beijufa.

Filipe Feio disse...

É o que estou a fazer... :)

Anónimo disse...

"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente."
:) beijo

whitemask disse...

"Uma das principais conquistas do homem deveria ser aprender a suportar a solidão, pois ela é a fonte da felicidade e da serenidade." (Schopenhauer); enfim, porque "É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém..." (Rousseau).

:)

Anónimo disse...

"O amor ensina-nos todas as virtudes."

(Plutarco)

Anónimo disse...

"De me dar sem ter...."
Tenho tido tanta essa sensação...
Claro que o amor compensa, claro que a vida não acaba porque alguém não nos ama de volta mas (há sempre um mas) dói, magoa e momentaneamente perdemos o chão...