quinta-feira, novembro 10, 2011

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"Este livro é, portanto, um livro de combate, de acordo com a definição admirável e fundamental de Paulo: 'Porque não lutamos contra a carne e o sangue, mas contra os príncipes, contra as autoridades, contra os que governam este mundo [kosmokratoras] de trevas e contra os espíritos do mal que estão nos céus'. (Efésios 6: 12). Ou, traduzindo na linguagem de hoje: ' A nossa luta não é contra este ou aquele indivíduo corrupto, mas contra a generalidade dos que ocupam o poder, contra a sua autoridade, contra a ordem global e a mistificação ideológica que a sustenta'. Travar esta luta significa aprovar a fórmula de Badiou: mieux vaut un désastre qu'un désêtre ['mais vale um desastre que um des-ser'] - mais vale assumir o risco e comprometer-nos com a fidelidade a um Acontecimento-Verdade, ainda que este acabe em catástrofe, do que vegetarmos na sobrevivência sem acontecimentos hedonista e utilitarista daqueles a que Nietzsche chama os 'últimos homens'." (Slavoj Žižek, Viver no Fim dos Tempos)

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