sexta-feira, fevereiro 24, 2012
I lost a button hole...
"You know how it feels when you're leaning back on a chair, and you lean too far back, and you almost fall over backwards, but then you catch yourself at the last second? I feel like that all the time." (Steven Wright)
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
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"É portanto necessário ver a ideia do Futuro, nunca como muita gente a vê, como uma coisa impossível de se realizar, mas sobretudo como uma coisa possibilíssima de ser ultrapassada, de tal maneira, que nós nem a pudéssemos entender." (Agostinho da Silva, Conversas Vadias)
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"Sentia-se penetrado, com a consciência intrusa, num domínio que lhe pertencia mais que qualquer outro, possuir com angústia uma solidão interdita onde ninguém mais se lhe reuniria." (André Malraux, A Condição Humana)
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
quinta-feira, fevereiro 09, 2012
ACONSELHO-VOS O AMOR
"Aconselho-vos o amor:
o equilíbrio dos contrários.
Aconselho-vos o amor
cheio de força; os moinhos
girando ao vento desbridado.
Aconselho-vos a liberdade
do amor (que logo passa
— vão dizer-vos que não —
para os gestos diários).
ACONSELHO-VOS A LUTA."
(Fernando Assis Pacheco, A Musa Irregular)
"Um ano ou dois após a sua morte, um grupo de jovens (...) quis homenageá-lo, numa tasca do Bairro Alto. Estavam presentes a família, o Manuel Alegre, o Cardoso Pires e mais gente. Quando chegou a vez do Cardoso Pires dizer algo, pronunciou-se duro: «Não falo. Tenho muito mau perder.»"
(Rogério Rodrigues, sobre Fernando Assis Pacheco, Roteiro Sentimental em 11 cenas, Revista Ler)
o equilíbrio dos contrários.
Aconselho-vos o amor
cheio de força; os moinhos
girando ao vento desbridado.
Aconselho-vos a liberdade
do amor (que logo passa
— vão dizer-vos que não —
para os gestos diários).
ACONSELHO-VOS A LUTA."
(Fernando Assis Pacheco, A Musa Irregular)
"Um ano ou dois após a sua morte, um grupo de jovens (...) quis homenageá-lo, numa tasca do Bairro Alto. Estavam presentes a família, o Manuel Alegre, o Cardoso Pires e mais gente. Quando chegou a vez do Cardoso Pires dizer algo, pronunciou-se duro: «Não falo. Tenho muito mau perder.»"
(Rogério Rodrigues, sobre Fernando Assis Pacheco, Roteiro Sentimental em 11 cenas, Revista Ler)
terça-feira, fevereiro 07, 2012
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"Quando durmo muitos sonhos, venho para a rua, de olhos abertos, ainda com o rastro e a segurança deles. E pasmo do automatismo meu com que os outros me desconhecem. Porque atravesso a vida quotidiana sem largar a mão da ama astral, e os meus passos na rua vão concordes e consoantes com obscuros desígnios da imaginação de dormir. E na rua vou certo; não cambaleio; respondo bem; existo.
Mas, quando há um intervalo, e não tenho que vigiar o curso da minha marcha, para evitar veículos ou não estorvar peões, quando não tenho que falar a alguém, nem me pesa a entrada para uma porta próxima, largo-me de novo nas águas do sonho, como um barco de papel dobrado em bicos, e de novo regresso à ilusão mortiça que me acalentara a vaga consciência da manhã nascendo entre o som dos carros que hortaliçam.
E então, em plena vida, é que o sonho tem grandes cinemas. Desço uma rua irreal da Baixa e a realidade das vidas que não são ata-me, com carinho, a cabeça num trapo branco de reminiscências falsas. Sou navegador num desconhecimento de mim. Venci tudo onde nunca estive. E é uma brisa nova esta sonolência com que posso andar, curvado para a frente numa marcha sobre o impossível.
Cada qual tem o seu álcool. Tenho álcool bastante em existir. Bêbado de me sentir, vagueio e ando certo. Se são horas, recolho ao escritório como qualquer outro. Se não são horas, vou até ao rio fitar o rio, como qualquer outro. Sou igual. E por detrás de isso, céu meu, constelo-me às escondidas e tenho o meu infinito." (Bernardo Soares, Livro do Desassossego)
Mas, quando há um intervalo, e não tenho que vigiar o curso da minha marcha, para evitar veículos ou não estorvar peões, quando não tenho que falar a alguém, nem me pesa a entrada para uma porta próxima, largo-me de novo nas águas do sonho, como um barco de papel dobrado em bicos, e de novo regresso à ilusão mortiça que me acalentara a vaga consciência da manhã nascendo entre o som dos carros que hortaliçam.
E então, em plena vida, é que o sonho tem grandes cinemas. Desço uma rua irreal da Baixa e a realidade das vidas que não são ata-me, com carinho, a cabeça num trapo branco de reminiscências falsas. Sou navegador num desconhecimento de mim. Venci tudo onde nunca estive. E é uma brisa nova esta sonolência com que posso andar, curvado para a frente numa marcha sobre o impossível.
Cada qual tem o seu álcool. Tenho álcool bastante em existir. Bêbado de me sentir, vagueio e ando certo. Se são horas, recolho ao escritório como qualquer outro. Se não são horas, vou até ao rio fitar o rio, como qualquer outro. Sou igual. E por detrás de isso, céu meu, constelo-me às escondidas e tenho o meu infinito." (Bernardo Soares, Livro do Desassossego)
quinta-feira, fevereiro 02, 2012
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"We have not yet encountered any god who is as merciful as a man, who flicks a beetle over on its feet." (Annie Dillard, Pilgrim at Tinker Creek)
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