"Bastante tarde é que comecei a dar-me conta deste processo monstruoso que impende sobre as pessoas. Porque a morte é natural, se anda lá por longe. Que é assim. Que é o destino de todos. Mas quando foi dos meus pais, pareceu-me acabar-se o mudo, não estava ainda calejada, é difícil perceber, será que os jovens sofrem mais? Depois passou. Tudo passa, tudo esquece. E só nos últimos anos, já pesando a idade e começando a desaparecer, hoje um outro amanhã, velhos amigos ou simples conhecidos e, com ela, o meu tempo, a morte se tornou uma inimiga digamos que pessoal."
(Mário Dionísio, A morte é para os outros)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário