quinta-feira, fevereiro 04, 2016

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"É curioso. Não creio ter já muita vida espiritual. No meu interior, tudo parece claro, sereno, vazio. São as vozes dos pássaros, é a luz avermelhada contra essa parede de órgãos barrocos, é o sabor amargo, forte e puro do café sem açúcar. Mas nem uma amargura, recordação ou inquietude. Estou suspenso num giroscópio. Estou vazio, límpido e claro. Talvez, por fim, tenha conseguido. Talvez, por narrar, me tenha libertado." (Lars Gustafsson, A Morte de um Apicultor)

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