sexta-feira, julho 10, 2015

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O vídeo em que Guy Verhofstadt se dirige a Tsipras foi amplamente divulgado. Alguns cronistas da nossa praça não resistiram a dar destaque enviesado ao episódio. Nas suas prosas, descrevem um Tsipras constrangido, desconfortável, comprometido, esmagado até, perante a argumentação do agitado belga. Insinuam que o grego não teve outra hipótese se não a de se remeter a um revelador silêncio, não tendo o que responder a tão iluminada criatura. Não sei se é fundamentalismo, pura limitação, se subitamente lhes pára o cérebro, ficando incapazes de analisar com objectividade a situação, projectando no silencioso grego aquilo que desejam ardentemente que ele esteja a sentir, tal é a excitação que sobrevém (Tsipras estava, obviamente, e como manda o protocolo, a aguardar a sua vez de intervir - o vídeo do momento em que o faz está disponível); ou se é algo muito pior, já do domínio da abjecção, sobretudo quando se trata de alguém inteligente: a deliberada desonestidade intelectual. Eu teria vergonha...

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