"The only normal people are the ones you don't know very well."
(Joe Ancis)
terça-feira, setembro 13, 2011
segunda-feira, setembro 12, 2011
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"Deste-me inocentemente a mão, e porque eu a segurava é que tive coragem de me afundar. Mas não procures entender-me, faz-me apenas companhia. Sei que tua mão me largaria, se soubesse." (Clarice Lispector, A Paixão segundo G.H.)
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"[...] Pensou que a sua situação se assemelhava à da velha história do círculo traçado a giz: duas mulheres disputam a posse da criança puxando-a pelos braços e pelas pernas; ganha aquela que puxar com mais força, mas a criança pertence à mulher que realmente a largou." (Arto Paasilinna, A Lebre de Vatanen)
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"You are never dedicated to something you have complete confidence in. No one is fanatically shouting that the sun is going to rise tomorrow. They know it is going to rise tomorrow. When people are fanatically dedicated to political or religious faiths, or any other kinds of dogmas or goals, its always because these dogmas or goals are in doubt." (Robert M. Pirsig)
"A fanatic is a man who consciously over compensates a secret doubt." (Aldous Huxley)
"The whole problem with the world is that fools and fanatics are always so certain of themselves, but wiser people so full of doubts." (Bertrand Russell)
"A fanatic is a man who consciously over compensates a secret doubt." (Aldous Huxley)
"The whole problem with the world is that fools and fanatics are always so certain of themselves, but wiser people so full of doubts." (Bertrand Russell)
sexta-feira, setembro 09, 2011
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"O Senhor fez-me para os prazeres da carne, como à toupeira para viver longe da luz; e tal como esse bicho, que tem tudo para viver dentro da terra, também eu tinha o necessário para uma vida de prazeres. Eu sempre fiz tenções de me matar, se um dia a força dos homens me vergasse a uma vida diferente daquela que o meu corpo sente. [...] Tu, Kyra, se não sentes vocação - como julgo - para viver na virtude, nessa virtude que vem de Deus e só em alegria se exerce, não sejas uma virtuosa contrariada e seca, não faças troça do Senhor e sê apenas como ele te fez, doida ou mesmo debocahada, mas debochada a que não falte um coração! É melhor assim. E tu, Dragomir, se não podes ser homem virtuoso, sê como a tua irmã e a tua mãe; até podes ser ladrão, se ladrão fores de boa alma; porque homem sem alma, meus filhos, é um morto que impede os vivos de viver [...]" (Panait Istrai, Kyra Kyralina)
quarta-feira, setembro 07, 2011
Escape...
"When we get out of the glass bottle of our ego, and when we escape like squirrels in the cage of our personality and get into the forest again, we shall shiver with cold and fright. But things will happen to us so that we don't know ourselves. Cool, unlying life will rush in, and passion will make our bodies taut with power. We shall laugh, and institutions will curl up like burnt paper." (D. H. Lawrence)
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"To dare is to lose one's footing momentarily. To not dare is to lose oneself." (Soren Kierkegaard)
terça-feira, setembro 06, 2011
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"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura." (Friedrich Nietzsche)
sexta-feira, setembro 02, 2011
quinta-feira, setembro 01, 2011
quarta-feira, agosto 31, 2011
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"Cruzei fronteiras, transpus limites, parti à descoberta de novos mundos, de universos para lá do infinito imaginado; e tendo perdido algures o trilho que conduz ao paraíso, encontrei o caminho de regresso a mim mesmo: a este fogacho que arde sem saber onde, e se apaga sem saber quando." (Antónimo Ortónimo, mais conhecido por Tó Tó)
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"Je n’ai jamais désiré une belle voiture, je n’ai jamais désiré autre chose que d’être moi-même. Je peux marcher dans les rues avec les mains dans les poches, et je me sens un prince". (Albert Cossery)
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"Quem se recusa o prazer, quem se faz de monge, em qualquer sentido, é porque tem uma capacidade enorme para o prazer, uma capacidade perigosa - daí um temor maior ainda. Só quem guarda as armas à chave é que receia atirar sobre todos."
(Clarice Lispector, Perto do Coração Selvagem)
(Clarice Lispector, Perto do Coração Selvagem)
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"- Quem se recusa o prazer, quem se faz de monge, em qualquer sentido, é porque tem uma capacidade enorme para o prazer, uma capacidade perigosa - daí um temor maior ainda. Só quem guarda as armas à chave é que receia atirar sobre todos." (Clarice Lispector, Perto do Coração Selvagem)
segunda-feira, agosto 29, 2011
quinta-feira, agosto 25, 2011
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"Je n’ai jamais désiré une belle voiture, je n’ai jamais désiré autre chose que d’être moi-même. Je peux marcher dans les rues avec les mains dans les poches, et je me sens un prince." (Albert Cossery)
segunda-feira, agosto 22, 2011
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"En plongeant au fond des voluptés, il en rapportait plus de gravier que de perles." (Honoré de Balzac, La Fille aux yeux d’or, 1835)
sexta-feira, agosto 12, 2011
sexta-feira, agosto 05, 2011
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"Só há uma liberdade, fazer as contas com a morte. Depois disso, tudo é possível. Não posso forçar-te a crer em Deus. Crer em Deus é aceitar a morte. Quando tiveres aceitado a morte, o problema de Deus ficará resolvido por si - e não o inverso." (Albert Camus, Cadernos)
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"O homem recusa o mundo tal como ele é, sem aceitar o eximir-se a esse mesmo mundo. Efectivamente os homens gostam do mundo e, na sua imensa maioria, não querem abandoná-lo. Longe de quererem esquecê-lo, sofrem, sempre, pelo contrário, por não poderem possuí-lo suficientemente, estranhos cidadãos do mundo que são, exilados na sua própria pátria. Excepto nos momentos fulgurantes da plenitude, toda a realidade é para eles imperfeita. Os seus actos escapam-lhes noutros actos; voltam a julgá-los assumindo feições inesperadas; fogem, como a água de Tântalo, para um estuário ainda desconhecido. Conhecer o estuário, dominar o curso do rio, possuir enfim a vida como destino, eis a sua verdadeira nostalgia, no ponto mais fechado da sua pátria. Mas essa visão que, ao menos no conhecimento, finalmente os reconciliaria consigo próprios, não pode surgir; se tal acontecer, será nesse momento fugitivo que é a morte; tudo nela termina. Para se ser uma vez no mundo, é preciso deixar de ser para sempre. Neste ponto nasce essa desgraçada inveja que tantos homens sentem da vida dos outros. Apercebendo-se exteriormente dessas existências, emprestam-lhes uma coerência e uma unidade que elas não podem ter, na verdade, mas que ao observador parecem evidentes. Este não vê mais que a linha mais elevada dessas vidas, sem adquirir consciência do pormenor que as vai minando. Então fazemos arte sobre essas existências. Romanceamo-las de maneira elementar. Cada um, nesse sentido, procura fazer da sua vida uma obra de arte. Desejamos que o amor perdure e sabemos que tal não acontece; e ainda que, por milagre, ele pudesse durar uma vida inteira, seria ainda assim um amor imperfeito. Talvez que, nesta insaciável necessidade de subsistir, nós compreendêssemos melhor o sofrimento terrestre, se o soubéssemos eterno. Parece que, por vezes, as grandes almas se sentem menos apavoradas pelo sofrimento do que pelo facto de este não durar. À falta de uma felicidade incansável, um longo sofrimento ao menos constituiria um destino. Mas não; as nossas piores torturas terão um dia de acabar. Certa manhã, após tantos desesperos, uma irreprimível vontade de viver virá anunciar-nos que tudo acabou e que o sofrimento não possui mais sentido do que a felicidade." (Albert Camus, O Homem Revoltado)
terça-feira, julho 05, 2011
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"Our greatest pretenses are built up not to hide the evil and the ugly in us, but our emptiness. The hardest thing to hide is something that is not there." (Eric Hoffer)
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"We can be absolutely certain only about things we do not understand."
(Eric Hoffer, The True Believer)
"The weakness of a soul is proportionate to the number of truths that must be kept from it." (ibid.)
(Eric Hoffer, The True Believer)
"The weakness of a soul is proportionate to the number of truths that must be kept from it." (ibid.)
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"A certeza - isto é, a confiança no carácter objectivo das nossas percepções, e na conformidade das nossas ideias com a «realidade» ou a «verdade» - é um sintoma de ignorância ou de loucura. O homem mentalmente são não está certo de nada, isto é, vive numa incerteza mental constante; quer dizer, numa instabilidade mental permanente; e, como a instabilidade mental permanente é um sintoma mórbido, o homem são é um homem doente." (Fernando Pessoa)
segunda-feira, junho 27, 2011
Obrigatório...
"During times of universal deceit, telling the truth is revolutionary." (George Orwell)
sábado, junho 25, 2011
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- Concretar, decidir... es envejecer.
- Es madurar. La adolescencia vive en potencia porque todo es posible para ella y el joven es eterno viviendo en potencia; te vuelves mortal cuando te conviertes en acto, cuando decides ser productivo y vivir al fin para los demás: fundas casa y tomas oficio.
- ¿Sientas la cabeza?
- Escoges pareja, fundas familia y trabajas.
(extracto de entrevista con Javier Gomá, ensayista)
- Es madurar. La adolescencia vive en potencia porque todo es posible para ella y el joven es eterno viviendo en potencia; te vuelves mortal cuando te conviertes en acto, cuando decides ser productivo y vivir al fin para los demás: fundas casa y tomas oficio.
- ¿Sientas la cabeza?
- Escoges pareja, fundas familia y trabajas.
(extracto de entrevista con Javier Gomá, ensayista)
sexta-feira, junho 24, 2011
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"And if the world unites/ sets the mounatin alight/ then outside your house will become your home// Like children, let's play/ I want to feel at home / I want to feel at home."
"Ganha-se a vida, perde-se a batalha!"
"A alma da gente, como sabes, é uma casa assim disposta, não raro com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro. Também as há fechadas e escuras, sem janelas, ou com poucas e gradeadas, à semelhança de conventos e prisões. Outrossim, capelas e bazares, simples alpendres ou paços suntuosos. Não sei o que era a minha." (Machado de Assim, Dom Casmurro)
terça-feira, junho 21, 2011
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"In dictatorships, we are more fortunate than you in the West in one respect: we believe nothing of what we read in the newspapers, and nothing of what we watch on television, because we know it's propaganda and lies; unlike you in the West, we've learned to look behind the propaganda and to read between the lines, and unlike you, we know that the real truth is always subversive." (Zdenek Urbánek)
Para que serve a utopia?
“Um homem do povoado de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir no alto do céu, e na volta contou: disse que tinha contemplado, lá de cima, a vida humana, e disse que somos um mar de foguinhos. O mundo é isso, revelou: um monte de gente, um mar de foguinhos. Não existem dois fogos iguais. Cada pessoa brilha com luz própria, entre todas as outras. Existem fogos grandes e fogos pequenos, e fogos de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que não chega a saber do vento, e existe gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas. Alguns fogos, fogos bobos, não iluminam nem queimam. Mas outros, outros ardem a vida com tanta vontade que não se pode olhá-los sem pestanejar, e, quem se aproxima, se acende.” (Eduardo Galeano, O Livro dos Abraços)
sexta-feira, junho 17, 2011
quinta-feira, junho 09, 2011
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"O que há de mais belo na nossa vida é o sentimento de mistério. É este o sentimento fundamental que se detém junto ao berço da verdadeira arte e da ciência. Quem nunca o experimentou, nem sabe já admirar-se ou espantar-se, pode considerar-se como morto, sem luz, totalmente cego! A vivência do mistério - embora com laivos de temor - criou também a religião. A consciência da existência de tudo quanto para nós é impenetrável, de tudo quanto é manifestação da mais profunda razão e da mais deslumbrante beleza, e que só é acessível à nossa razão nas suas formas mais primitivas, essa consciência, esse sentimento, constituem a verdadeira religiosidade. Nesse sentido, e em mais nenhum, pertenço à classe dos homens profundamente religiosos. Não posso conceber um Deus que recompense e castigue os objectos da sua criação, ou que tenha vontade própria, de puro arbítrio no género da que nós sentimos dentro de nós. Nem tão-pouco consigo imaginar um indivíduo que sobreviva à sua morte corporal; as almas fracas que alimentam tais pensamentos fazem-no por medo ou por egoísmo ridículo. A mim basta-me o mistério da eternidade da vida, a consciência e o pressentimento da admirável elaboração do ser, assim como o humilde esforço para compreender uma partícula, por mais pequena que seja, da razão que se manifesta na natureza." (Albert Einstein, Como vejo o Mundo, ENP, 1962)
terça-feira, junho 07, 2011
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"Conhecer a morte - própria, alheia - implica conjuntamente descobrir o que cada um tem de único (a sua vida irrepetível) e o que todos temos em comum, a genérica morte: as duas coisas estão inextricavelmente unidas, porque o que enfatiza a nossa peculiaridade pessoal é a segurança de que se trata de uma ocasião momentânea, destinada a extinguir-se sem remédio nem retorno e, por isso mesmo, ferozmente preciosa. É a sombra da morte que torna a vida amável, não só digna de amor mas também merecedora de doce simpatia e de acolhimento."
(Fernando Savater, O Meu Dicionário Filosófico)
(Fernando Savater, O Meu Dicionário Filosófico)
quinta-feira, maio 12, 2011
Liberdade...
"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda." (Cecilia Meireles)
quarta-feira, maio 11, 2011
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"O homem é apenas uma luz acesa entre duas sombras. A de um útero e a de uma sepultura." (Albino Forjaz de Sampaio, Mais Além da Morte e do Amor, Guimarães, 1922)
Medo
Ando à volta de tudo isto e,
como quem se despede para sempre,
de costas para o vento e para o amor,
desço em direcção a um cais onde são
inúteis as palavras.
Bebo, fumo, sonho, e conheço bem essa dor
que vem do fundo,
dos vales assombrados onde a amargura
prepara as suas armas.
Não há estrelas, astros, castiçais, nada a
não ser o medo,
nestes climas da alma.
(José Agostinho Baptista)
como quem se despede para sempre,
de costas para o vento e para o amor,
desço em direcção a um cais onde são
inúteis as palavras.
Bebo, fumo, sonho, e conheço bem essa dor
que vem do fundo,
dos vales assombrados onde a amargura
prepara as suas armas.
Não há estrelas, astros, castiçais, nada a
não ser o medo,
nestes climas da alma.
(José Agostinho Baptista)
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Caminhei sempre para ti sobre o mar encrespado
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado
Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes
A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta
o amor é uma noite a que se chega só
(José Tolentino Mendonça)
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado
Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes
A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta
o amor é uma noite a que se chega só
(José Tolentino Mendonça)
Os amigos
Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor
(José Tolentino Mendonça, A noite abre meus olhos)
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor
(José Tolentino Mendonça, A noite abre meus olhos)
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"Quando chegares ao coração da vida,
não te acharás melhor do que o criminoso
nem pior do que o profeta."
(Kahlil Gibran)
não te acharás melhor do que o criminoso
nem pior do que o profeta."
(Kahlil Gibran)
sexta-feira, maio 06, 2011
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"Eternity isn't some later time. Eternity isn't a long time. Eternity has nothing to do with time. Eternity is that dimension of here and now which thinking and time cuts out. This is it. And if you don't get it here, you won't get it anywhere. And the experience of eternity right here and now is the function of life. There's a wonderful formula that the Buddhists have for the Bodhisattva, the one whose being (sattva) is illumination (bodhi), who realizes his identity with eternity and at the same time his participation in time. And the attitude is not to withdraw from the world when you realize how horrible it is, but to realize that this horror is simply the foreground of a wonder and to come back and participate in it. 'All life is sorrowful' is the first Buddhist saying, and it is. It wouldn't be life if there were not temporality involved which is sorrow. Loss, loss, loss." (Joseph Campbell, The Power of Myth)
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"People say that what we're all seeking is a meaning for life. I don't think that's what we're really seeking. I think what we're seeking is an experience of being alive, so that our life experiences on the purely physical plane will have resonance within our own innermost being and reality, so that we actually feel the rapture of being alive. That's what it's all finally about." (Joseph Campbell, The Power of Myth)
quarta-feira, maio 04, 2011
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"[...] go back to simple food. The Roman legions conquered the world on millet porridge." (The letters of D. H. Lawrence, D. H. Lawrence, carta a Aldous Huxley, 5 de Setembro de 1929)
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"Sorry you are feeling low in spirits. Don't worry, it is very common with men when they pass forty - or when they draw near forty. Men seem to undergo a sort of spiritual change of life, with really painful depression and loss of energy. Even men whose physical health is quite good. Son don't be fret. [...] It's a condition which often drags overal several years. Then, in the end, you come out of it with a new sort of rhythm, a new psychic rhythm: a sort of re-birth. Meanwhile, it is what the mystics call the little death, and you have to put up with it. I have had it too, though not so acutely as some men. But then my health is enough to depress the Archangel Michael himself." (The letters of D. H. Lawrence, D. H. Lawrence, carta a Mark Gertler, 23 Dezembro de 1929)
quarta-feira, abril 27, 2011
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"A veces creo que nada tiene sentido. En un planeta minúsculo, que corre hacia la nada desde millones de años, nacemos en medio de dolores, crecemos, luchamos, nos enfermamos, sufrimos, hacemos sufrir, gritamos, morimos, mueren, y otros están naciendo para volver a empezar la comedia inútil. ¿Sería eso, verdaderamente? ¿Toda nuestra vida sería una serie de gritos anónimos en un desierto de astros indiferentes?" (Ernesto Sabato)
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"Lamentablemente, en estos tiempos en que se ha perdido el valor de la palabra, también el arte se ha prostituido, y la escritura se ha reducido a un acto similar al de imprimir papel moneda."
(Ernesto Sabato, Antes del fin, 1999)
"Me pregunto en qué clase de sociedad vivimos, qué democracia tenemos donde los corruptos viven en la impunidad, y al hambre de los pueblos se la considera subversiva." (ibid.)
(Ernesto Sabato, Antes del fin, 1999)
"Me pregunto en qué clase de sociedad vivimos, qué democracia tenemos donde los corruptos viven en la impunidad, y al hambre de los pueblos se la considera subversiva." (ibid.)
terça-feira, abril 26, 2011
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"Incapaz de receber e transmitir ideias e sentimentos, o cérebro da grande massa da sociedade portuguesa, em virtude daquele impiedoso princípio 'lamarckiano' que condena à morte o órgão que não trabalha, definha-se, atrofia-se, lenhifica-se, e a alma portuguesa estagna na tranquilidade morta das águas paludosas." (Manuel Laranjeira, O Pessimismo Nacional)
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"No inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise." (Dante Alighieri)
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"O país está a viver acima dos seus meios. Mais tarde ou mais cedo era inevitável que acabasse em bancarrota." (semanário inglês The Economist, sobre Portugal, a 6 de Fevereiro de 1892)
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PLAYBOY: If life is so purposeless, do you feel that it's worth living?
KUBRICK: Yes, for those of us who manage somehow to cope with our mortality. The very meaninglessness of life forces man to create his own meaning. Children, of course, begin life with an untarnished sense of wonder, a capacity to experience total joy at something as simple as the greenness of a leaf; but as they grow older, the awareness of death and decay begins to impinge on their consciousness and subtly erode their joie de vivre, their Idealism—and their assumption of Immortality. As a child matures, he sees death and pain everywhere about him, and begins to lose faith in the ultimate goodness of man. But if he’s reasonably strong—and lucky—he can emerge from this twilight of the soul into a rebirth of life’s élan. Both because of and in spite of his awareness of the meaninglessness of life, he can forge a fresh sense of purpose and affirmation. He may not recapture the same pure sense of wonder he was born with, but he can shape something far more enduring and sustaining. The most terrifying fact about the universe is not that it is hostile but that it is indifferent; but if we can come to terms with this indifference and accept the challenges of life within the boundaries of death—however mutable man may be able to make them—our existence as a species can have genuine meaning and fulfilment. However vast the darkness, we must supply our own light.
KUBRICK: Yes, for those of us who manage somehow to cope with our mortality. The very meaninglessness of life forces man to create his own meaning. Children, of course, begin life with an untarnished sense of wonder, a capacity to experience total joy at something as simple as the greenness of a leaf; but as they grow older, the awareness of death and decay begins to impinge on their consciousness and subtly erode their joie de vivre, their Idealism—and their assumption of Immortality. As a child matures, he sees death and pain everywhere about him, and begins to lose faith in the ultimate goodness of man. But if he’s reasonably strong—and lucky—he can emerge from this twilight of the soul into a rebirth of life’s élan. Both because of and in spite of his awareness of the meaninglessness of life, he can forge a fresh sense of purpose and affirmation. He may not recapture the same pure sense of wonder he was born with, but he can shape something far more enduring and sustaining. The most terrifying fact about the universe is not that it is hostile but that it is indifferent; but if we can come to terms with this indifference and accept the challenges of life within the boundaries of death—however mutable man may be able to make them—our existence as a species can have genuine meaning and fulfilment. However vast the darkness, we must supply our own light.
quarta-feira, abril 13, 2011
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"Hoje, que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso que há-de vir a dissolução. Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixar o campo livre ao novo mundo económico." (Eça de Queirós, Distrito de Évora)
sexta-feira, abril 08, 2011
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"Escrevo-lhe numa tarde brumosa, triste, duma tristeza lúgubre. E escrevo-lhe, para que você me perdoe o meu silêncio. Demais você sabe que o meu silêncio é o meu tédio, este desolamento de morte, este desânimo, este cansaço prematuro - em face dos homens, das coisas da vida." (Manuel Laranjeira a Amadeu de Souza-Cardoso, em carta de 1905, Cartas)
terça-feira, abril 05, 2011
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"Eles (os incontidos) descobrem lados inexplorados dos sentimentos humanos, põem luz em coisas sensíveis que têm trevas, apesar do tacto carnal." (Barão de Teive, A Educação do Estóico)
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"O meu abandono íntimo de toda a especulação metafísica, a minha náusea moral de toda a sistematização do desconhecido, não procedem, como na maioria dos que concordariam comigo, da incapacidade de especulação. Pensei e sei." (Barão de Teive, A Educação do Estóico, Obras de Fernando Pessoa)
"Qualquer que seja o segredo do mistério das cousas, ele é, por certo, ou muito complexo, ou, se é muito simples, é de uma simplicidade que não temos faculdade que veja. Contra a maioria das doutrinas filosóficas tenho a queixa de que são simples; o facto de quererem explicar é prova bastante de tal, pois explicar é simplificar." (ibid.)
"Qualquer que seja o segredo do mistério das cousas, ele é, por certo, ou muito complexo, ou, se é muito simples, é de uma simplicidade que não temos faculdade que veja. Contra a maioria das doutrinas filosóficas tenho a queixa de que são simples; o facto de quererem explicar é prova bastante de tal, pois explicar é simplificar." (ibid.)
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"O escrúpulo é a morte da acção. Pensar na sensibilidade alheia é estar certo de não agir. Não há acção, por pequena que seja - e quanto mais importante, mais isso é certo - que não fira outra alma, que não magoe alguém, que não contenha elementos de que, se tivermos coração, nos não tenhamos que arrepender. Muitas vezes tenho pensado que a filosofia real do eremita estará antes no esquivar-se a ser hostil, pelo simples facto de viver, do que em qualquer pensamento directamente relacionado com o isolar-se."
(Barão de Teive, A Educação do Estóico, Obras de Fernando Pessoa)
(Barão de Teive, A Educação do Estóico, Obras de Fernando Pessoa)
segunda-feira, abril 04, 2011
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"Quando eu ergo a minha fronte para a luz não quero dizer que estou fitando estrelas, esquecido da terra onde poiso os pés; como quando olhos para a terra, cujo ventre me gerou, não quer isso dizer que eu só esteja fitando a lama, esquecido da luz que me vem do alto. É preciso não olhar demasiado para cima, nem demasiado para baixo; é preciso olhar para a frente, para a vida: abranger no mesmo olhar o céu e a terra. Creio que você, meu amigo, está olhando demasiado para cima, com fé demasiada no alto. Acho admirável essa fé... mas... acho-a infecunda também." (Manuel Laranjeira a Teixeira de Pascoaes, em carta de 1904, Cartas)
quarta-feira, março 30, 2011
sexta-feira, março 25, 2011
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"I am sorry to think that you do not get a man's most effective criticism until you provoke him. Severe truth is expressed with some bitterness." (Henry David Thoreau)
segunda-feira, março 21, 2011
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"Comparada com a opinião que temos de nós mesmos, a opinião pública é uma débil tirana. O que um homem pensa de si mesmo, eis o que determina, ou pelo menos indica, o seu destino. Haja auto-emancipação também nas Antilhas da fantasia e da imaginação. Que Wilberforce (1) será capaz de desencadeá-la? Pensai, igualmente, nas senhoras do país que tecem almofadas de toalete até à hora da morte, para não deixarem transparecer um interesse muito vivo pelos seus destinos! Como se se pudesse matar o tempo sem lesar a eternidade." (Henry David Thoureau, Walden; ou a Vida nos Bosques, 1854)
(1) - William Wilberforce (1759-1833), parlamentar inglês que lutou pela libertação dos escravos nas Antilhas Inglesas.
(1) - William Wilberforce (1759-1833), parlamentar inglês que lutou pela libertação dos escravos nas Antilhas Inglesas.
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"Os homens trabalham à sombra de um erro, lançando ao solo para adubo o que têm de melhor. Por uma sina ilusória, vulgarmente chamada necessidade, desgastam-se, como se diz num velho livro, a amontoar tesouros que a traça e a ferrugem estragarão e que os ladrões hão-de roubar. É uma vida de imbecis, como perceberão ao fim dela, se não antes." (Henry David Thoureau, Walden; ou a Vida nos Bosques, 1854)
"Por simples ignorância e equívoco, muita gente, mesmo neste país relativamente livre, se deixa absorver de tal modo por preocupações artificiais e tarefas superfluamente ásperas, que não pode colher os frutos mais saborosos da vida." (ibid.)
"Por simples ignorância e equívoco, muita gente, mesmo neste país relativamente livre, se deixa absorver de tal modo por preocupações artificiais e tarefas superfluamente ásperas, que não pode colher os frutos mais saborosos da vida." (ibid.)
segunda-feira, março 14, 2011
Das crónicas (anacrónicas) para adormecer...
Já não suporto a indignação de certos cronistas, opinantes contagiados ou "guardiões do regime" face ao sentimento de revolta de uma suposta "geração à rasca" contra o "estado a que isto chegou". É quase caricata a forma como os senhores procuram minar a legitimidade das "jovens" vozes que à rua saíram em protesto, afirmando que não viveram a ditadura, que não fizeram a guerra, etc.. Defendendo, no fundo, que os meninos malcriados e mal-agradecidos fazem parte, na verdade, de uma geração muito privilegiada, que devia era sentir-se grata por aquilo que herdou, acabar de vez com a insolência, baixar a cabeça, e tratar de se fazer à vida...
Diz um, escrevendo de um lugar bem longe do País real... "Tirando o difícil acesso a um mercado de trabalho fechado por razões de conjuntura económica e, se calhar também, de falta de visão empresarial, a actual geração jovem foi privilegiada em muitas coisas relativamente à minha: para começar, não tiveram de viver sufocados por uma ditadura nem ameaçados por uma guerra; não tiveram como única escolha académica universidades públicas de entrada difícil, ensino tipo-militar e cursos restritos e com aplicação prática imediata no mundo do trabalho. Nós não tínhamos o luxo de cursos inúteis nem universidades mixurucas que os pais ou os contribuintes pagavam; não tínhamos Erasmus, nem exames colectivos, nem pós-graduações e doutoramentos para todos; não tínhamos internet nem cinema em casa (só nas salas e só aqueles que a censura permitia) e não fazíamos downloads de tudo; não viajávamos porque não tínhamos dinheiro nem era suposto os jovens viajarem, não tínhamos telemóveis nem roupas de marca, nem Bairro Alto nem nada que fazer a não ser estudar ou ir para a tropa."
Desculpem-me a ingenuidade, mas porque raio a consciência de que a realidade pode ser muito pior do que aquilo que é deve limitar ou matar o desejo de a transformar em algo melhor? Porque carga de água têm os "jovens" de aceitar como imutável uma determinada conjuntura apenas porque uns quantos "velhos" lhes dizem o quão difícil foi conquistá-la? Há toda uma geração para quem a ditadura, a guerra, e tantos outros momentos passados não passam de um imaginário não vivido, de um monte de histórias de outros tempos. Não foi esse o tempo em que cresceram, nem foi esse o lugar que conheceram. Mas atenção: esse passado não é, de todo, irrelevante. Mesmo que sem consciência disso, apenas porque esse passado existiu, estes "jovens" podem hoje olhar um futuro diferente, porventura mais largo, para além desse contexto que já só se vive nas memórias de quem, no seu tempo, foi também capaz de sonhar mais alto. Se os "velhos" têm razão para estar satisfeitos, porque têm, isso deve-se ao facto de terem conseguido, ao que me parece, transmitir a mensagem mais importante de todas: a de que os "jovens" se não podem nunca conformar...
Posto isto, e perante aquilo que é o inequívoco assassínio continuado do futuro de todo um País, das suas gerações de hoje e das vindouras, levado a cabo pela mediocridade dos sucessivos governos, é compreensível que os "velhos", cansados das suas lutas, perversamente comprometidos com o sistema, e com medo do porvir, arrumem as botas e se encostem para uma sesta. Porque podem. Porque devem. Porque os "jovens" de hoje aí estão...
Diz um, escrevendo de um lugar bem longe do País real... "Tirando o difícil acesso a um mercado de trabalho fechado por razões de conjuntura económica e, se calhar também, de falta de visão empresarial, a actual geração jovem foi privilegiada em muitas coisas relativamente à minha: para começar, não tiveram de viver sufocados por uma ditadura nem ameaçados por uma guerra; não tiveram como única escolha académica universidades públicas de entrada difícil, ensino tipo-militar e cursos restritos e com aplicação prática imediata no mundo do trabalho. Nós não tínhamos o luxo de cursos inúteis nem universidades mixurucas que os pais ou os contribuintes pagavam; não tínhamos Erasmus, nem exames colectivos, nem pós-graduações e doutoramentos para todos; não tínhamos internet nem cinema em casa (só nas salas e só aqueles que a censura permitia) e não fazíamos downloads de tudo; não viajávamos porque não tínhamos dinheiro nem era suposto os jovens viajarem, não tínhamos telemóveis nem roupas de marca, nem Bairro Alto nem nada que fazer a não ser estudar ou ir para a tropa."
Desculpem-me a ingenuidade, mas porque raio a consciência de que a realidade pode ser muito pior do que aquilo que é deve limitar ou matar o desejo de a transformar em algo melhor? Porque carga de água têm os "jovens" de aceitar como imutável uma determinada conjuntura apenas porque uns quantos "velhos" lhes dizem o quão difícil foi conquistá-la? Há toda uma geração para quem a ditadura, a guerra, e tantos outros momentos passados não passam de um imaginário não vivido, de um monte de histórias de outros tempos. Não foi esse o tempo em que cresceram, nem foi esse o lugar que conheceram. Mas atenção: esse passado não é, de todo, irrelevante. Mesmo que sem consciência disso, apenas porque esse passado existiu, estes "jovens" podem hoje olhar um futuro diferente, porventura mais largo, para além desse contexto que já só se vive nas memórias de quem, no seu tempo, foi também capaz de sonhar mais alto. Se os "velhos" têm razão para estar satisfeitos, porque têm, isso deve-se ao facto de terem conseguido, ao que me parece, transmitir a mensagem mais importante de todas: a de que os "jovens" se não podem nunca conformar...
Posto isto, e perante aquilo que é o inequívoco assassínio continuado do futuro de todo um País, das suas gerações de hoje e das vindouras, levado a cabo pela mediocridade dos sucessivos governos, é compreensível que os "velhos", cansados das suas lutas, perversamente comprometidos com o sistema, e com medo do porvir, arrumem as botas e se encostem para uma sesta. Porque podem. Porque devem. Porque os "jovens" de hoje aí estão...
A Pátria
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta [...]
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [...]
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, – como da roda duma lotaria.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;
Dois partidos [...], sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes [...] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, – de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar [...]”
(Guerra Junqueiro, A Pátria, 1896)
[Retirado de Arrastão...]
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [...]
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, – como da roda duma lotaria.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;
Dois partidos [...], sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes [...] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, – de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar [...]”
(Guerra Junqueiro, A Pátria, 1896)
[Retirado de Arrastão...]
sábado, março 05, 2011
sexta-feira, março 04, 2011
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“[...] Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido."
(Alberto Caeiro)
Outras vezes trinco uma torrada de pão alentejano com manteiga,
E acho que só para trincar uma torrada vale a pena ter nascido...
(Eu)
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido."
(Alberto Caeiro)
Outras vezes trinco uma torrada de pão alentejano com manteiga,
E acho que só para trincar uma torrada vale a pena ter nascido...
(Eu)
quarta-feira, março 02, 2011
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"Tanto na psicologia como na lógica, há verdades mas não há verdade.[...] Querer é suscitar paradoxos." (Albert Camus, O Mito de Sísifo)
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"Um dia vem, no entanto, e o homem constata ou diz que tem trinta anos. Afirma assim a sua juventude. Mas ao mesmo tempo situa-se em relação ao tempo. Toma aí o seu lugar. Reconhece que está num certo momento da curva que confessa ter de percorrer. Pertence ao tempo e reconhece nesse horror que o empolga o seu pior inimigo."
(Albert Camus, O Mito de Sísifo)
(Albert Camus, O Mito de Sísifo)
terça-feira, março 01, 2011
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"De pernas para o ar. Assim vi o mundo pela primeira vez, e logo ali me pus a chorar." (Manuel Albernoa)
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"Chega sempre uma hora na História em que aquele que ousa dizer que dois e dois são quatro é punido com a morte. [...] E a questão não é saber qual é a recompensa ou o castigo que espera este raciocínio. A questão é saber se dois e dois são ou não são quatro." (Albert Camus, A Peste)
terça-feira, fevereiro 22, 2011
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"Never doubt that a small group of thoughtful, committed citizens can change the world. Indeed, it is the only thing that ever has."
(Margaret Mead)
[Zeitgeist Moving Forward: parte 1 de 12...]
(Margaret Mead)
[Zeitgeist Moving Forward: parte 1 de 12...]
segunda-feira, fevereiro 21, 2011
Da Servidão Moderna...
"A opressão moderniza-se espalhando por toda a parte as formas de mistificação que permitem ocultar a nossa condição de escravos. Mostrar a realidade tal como ela é verdadeiramente, e não como ela é apresentada pelo poder, constitui a mais genuína subversão. Somente a verdade é revolucionária."
[Imperdível: Da Servidão Moderna...]
[Imperdível: Da Servidão Moderna...]
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
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"- Papá, estás triste?
- Não estou triste, Catherine, estou apenas só."
(Albert Camus, Albert Camus - Solitaire e Solidaire)
- Não estou triste, Catherine, estou apenas só."
(Albert Camus, Albert Camus - Solitaire e Solidaire)
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"Quando morava em Argel, suportava o Inverno pois sabia que numa noite, numa certa noite pura e fria de Inverno, as amendoeiras do vale dos Cônsules se cobririram de flores." (Albert Camus, O Verão)
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
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"Os homens que sofrem verdadeiramente de ciúme, a pressa que têm é de deitar-se com aquela que, no entanto, julgam que os traiu. Com certeza, querem assegurar-se, uma vez mais, de que o seu querido tesouro lhes pertence ainda. Querem possuí-lo, como se diz. Mas é também porque, logo a seguir, ficam menos ciumentos. O ciúme físico é um efeito da imaginação ao mesmo tempo que um juízo que formulamos sobre nós mesmos. Atribuímos ao rival os vis pensamentos que tivemos nas mesmas circunstâncias." (Albert Camus, A Queda)
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"Desesperado do amor e da castidade, lembrei-me, enfim, de que restava o deboche, que substitui muito bem o amor, faz calar os risos, restabelece o silêncio e, sobretudo, confere a imortalidade. [...] Visto que eu desejava a vida eterna, dormia, pois, com p... e bebia durante noites a fio. De manhã, é certo, tinha na boca o travo da condição mortal. Mas, durante longas horas, eu tinha pairado, feliz." (Albert Camus, A Queda)
"O álcool e as mulheres forneceram-me, devo confessá-lo, o único alívio de que era digno. [...] Verá então que o verdadeiro deboche é libertador porque não cria nenhuma obrigação. No deboche, só nos possuímos a nós mesmos; ele fica sendo, pois, a ocupação preferida dos grandes apaixonados da sua pessoa. É uma selva, sem futuro nem passado, sem promessa sobretudo, nem sanção imediata. Os lugares onde se exerce estão isolados do mundo. Deixa-se, ao lá entrar, tanto o medo como a esperança." (idib.)
"O álcool e as mulheres forneceram-me, devo confessá-lo, o único alívio de que era digno. [...] Verá então que o verdadeiro deboche é libertador porque não cria nenhuma obrigação. No deboche, só nos possuímos a nós mesmos; ele fica sendo, pois, a ocupação preferida dos grandes apaixonados da sua pessoa. É uma selva, sem futuro nem passado, sem promessa sobretudo, nem sanção imediata. Os lugares onde se exerce estão isolados do mundo. Deixa-se, ao lá entrar, tanto o medo como a esperança." (idib.)
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
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"Mantinha todas as minhas afeições à minha volta para as utilizar quando quisesse. Não podia, pois, viver, confesso, senão com a condição de, sobre a terra inteira, todos os seres, ou o maior número possível, se voltarem para mim, eternamente disponíveis, privados de vida independente, prontos a responder ao meu chamamento, fosse em que momento fosse, votados, enfim, à esterilidade, até ao dia em que me dignasse favorecê-los com a minha luz." (Albert Camus, A Queda)
terça-feira, fevereiro 08, 2011
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"Só o 'herói' conseguirá chegar a dominar a Energia Divina usando ritualmente os cinco M (Pancamakara): (Madya, vinho; Mâmsa, carne; Matsya, veneno; Mudrâ, gestos; e, cúpula destas práticas, o Maithuna, contacto carnal)." (Kulârnava, obra tântrica)
segunda-feira, fevereiro 07, 2011
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"Quando se meditou muito sobre o homem, por ofício ou vocação, acontece-nos sentirmos nostalgia dos primatas."
(Albert Camus, A Queda)
(Albert Camus, A Queda)
sexta-feira, fevereiro 04, 2011
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"Quantas vezes esta maldita divisão da minhas consciência não foi culpada de atrozes acontecimentos. Enquanto uma parte de mim me leva a tomar uma atitude grandiosa, a outra denuncia a fraude, a hipocrisia e a falsa generosidade. Enquanto uma me conduz a insultar o ser humano, a outra condói-se dele e acusa-me do que denuncio nos outros. Enquanto uma me faz ver a beleza do mundo, a outra aponta-me a sua fealdade e o ridículo de todo o sentimento de felicidade." (Ernesto Sabato, O Túnel)
terça-feira, fevereiro 01, 2011
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Da curiosa semelhança entre um telefone esquecido no silêncio, e um corpo abandonado na ausência: de ambos esperarem o toque...
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"[...] Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti."
(Alexandre O'Neill, Um Adeus Português)
"Digo-te adeus e como um adolescente tropeço de ternura por ti, murmurou o médico para a ficha que o pagador lhe levava. [...]
(António Lobo Antunes, Memória de Elefante)
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti."
(Alexandre O'Neill, Um Adeus Português)
"Digo-te adeus e como um adolescente tropeço de ternura por ti, murmurou o médico para a ficha que o pagador lhe levava. [...]
(António Lobo Antunes, Memória de Elefante)
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"Aqui, pensou o médico, desagua a miséria, a solidão absoluta, o que em nós próprios não aguentamos suportar, os mais escondidos e vergonhosos dos nossos sentimentos, o que nos outros chamamos de loucura que é afinal a nossa e da qual nos protegemos a etiquetá-la, a comprimi-la de grades, a alimentá-la de pastilhas e de gotas para que continue existindo, a conceder-lhe licença de saída ao fim de semana e a encaminhá-la na direcção de uma 'normalidade' que provavelmente consiste apenas no empalhar a vida." (António Logo Antunes, Memória de Elefante)
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"Quit putting a goddamn dollar sign on every fucking thing on this planet!" (Bill Hicks)
[Absolutamente genial: The Yes Men Fix The World...]
[Absolutamente genial: The Yes Men Fix The World...]
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"Enquanto existirem matadouros, existirão campos de batalha."
(Leo Tolstoi)
"Auschwitz begins wherever someone looks at a slaughterhouse and thinks: they’re only animals."
(Theodor Adorno)
[Extremamente violento: Earthlings...]
(Leo Tolstoi)
"Auschwitz begins wherever someone looks at a slaughterhouse and thinks: they’re only animals."
(Theodor Adorno)
[Extremamente violento: Earthlings...]
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"A imagem da mulher à espera dele entre as mangueiras de Marimba pejadas de morcegos aguardando o crepúsculo apareceu-lhe numa guinada de saudade violentamente física como uma víscera que explode. Amo-te tanto que te não sei amar, amo tanto o teu corpo e o que em ti não é o teu corpo que não compreendo porque nos perdemos se a cada passo te encontro, se sempre ao beijar-te beijei mais do que a carne de que és feita, se o nosso casamento definhou de mocidade como outros de velhice, se depois de ti a minha solidão incha do teu cheiro, do entusiasmo dos teus projectos e do redondo das tuas nádegas, se sufoco da ternura de que não consigo falar, aqui neste momento, amor, me despeço e te chamo sabendo que não virás e desejando que venhas do mesmo modo que, como diz Molero, um cego espera os olhos que encomendou pelo correio." (António Lobo Antunes, Memória de Elefante)
terça-feira, janeiro 25, 2011
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Todas as pessoas têm direito à liberdade, assim o consagra a Declaração Universal dos Direitos do Homem... Todas, todas, pai? Quase todas. Os vagabundos, por exemplo, de acordo com a Convenção Europeia dos Direitos do Homem... Os vagabundos o quê, pai? Podem ser presos... O que é um vagabundo, pai? São perigosos? Depois explico-te, anda, vamos, ajuda-me a procurar um sítio resguardado onde possamos dormir esta noite...
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Artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 5º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem:
1 - Toda a pessoa tem direito a liberdade e segurança. Ninguém pode ser privado da sua liberdade, salvo nos casos seguintes e de acordo com o procedimento legal: [...] e) Se se tratar da detenção legal de uma pessoa susceptível de propagar uma doença contagiosa, de um alienado mental, de um alcoólico, de um toxicómano ou de um vagabundo.
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Artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 5º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem:
1 - Toda a pessoa tem direito a liberdade e segurança. Ninguém pode ser privado da sua liberdade, salvo nos casos seguintes e de acordo com o procedimento legal: [...] e) Se se tratar da detenção legal de uma pessoa susceptível de propagar uma doença contagiosa, de um alienado mental, de um alcoólico, de um toxicómano ou de um vagabundo.
terça-feira, janeiro 18, 2011
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"Le salaud est celui qui, pour justifier son existence, feint d’ignorer la liberté et la contingence qui le caractérisent essentiellement en tant qu’homme." (Sartre, La Nausée)
[Salaud: nome violentamente injurioso, aplicado por Sartre aos indivíduos que, segundo ele, pretendem escapar à angústia de serem totalmente livres, adoptando uma atitude mentirosa em relação a outrem e a si próprios. (Nota do tradutor em A Náusea)]
[Salaud: nome violentamente injurioso, aplicado por Sartre aos indivíduos que, segundo ele, pretendem escapar à angústia de serem totalmente livres, adoptando uma atitude mentirosa em relação a outrem e a si próprios. (Nota do tradutor em A Náusea)]
sábado, janeiro 15, 2011
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"Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda." (O Gigolô das palavras)
[Luís Fernando Veríssimo]
[Luís Fernando Veríssimo]
segunda-feira, janeiro 03, 2011
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"I am an old man and have known a great many troubles, but most of them never happened." (Mark Twain)
quarta-feira, dezembro 29, 2010
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"Tínhamos um medo horrível dele, porque sentíamos que estava sozinho." (Jean-Paul Sartre, A Náusea)
quarta-feira, dezembro 22, 2010
sexta-feira, dezembro 17, 2010
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"O vocabulário do amor é restrito e repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio que nasce todo o vocabulário do mundo." (Vergílio Ferreira, Pensar)
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"Morrerás em breve. É incontestável. E quanta verdade morrerá contigo sem saberes que a sabias. Só por não teres tido a sorte de num simples encontro ou encontrão ta fazerem vir ao de cima." (Vergílio Ferreira, Pensar)
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