segunda-feira, janeiro 06, 2014

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"Ficou a memória que tenho deles, a memória fotográfica, ficaram os livros, alguns escritos, sobretudo do meu pai, cartas, e ficou o silêncio. Vim a descobrir aquilo que já tinha lido em livros: a morte é o silêncio. Nunca mais oiço a voz deles. Às vezes, durante a noite, estou para adormecer, parece-me ouvir o meu pai falar. [É agora uma voz comovida.] Procuro que essa sensação não se prolongue, é insuportável e às vezes tenho a ilusão de que, tocando o telefone, é a minha mãe que vai falar do outro lado."

(Fernando Assis Pacheco, entrevistado para a revista Ler, 1994)

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