Há quem diga que seria uma grande maçada, a imortalidade física.
Eu acho que não.
Pelo menos cansativa.
Não, o Homem não se cansa de viver. E nós vemos que é mais fácil morrer em jovem, que morrer em velho. Há um livro de um escritor francês, de que não me ocorre o nome, em que há um homem distinto, um médico, que chega ao fim da vida e a quem o filho tenta convencer — quando ele já está para morrer, já moribundo — que é natural que a pessoa velha, que viveu muito, morra, que não tem de sentir pena por morrer. E o pai diz: "Pois é, por isso mesmo; porque vivi muito e porque sei o que é viver é que tenho pena, por isso é que me custa muito mais."
(Agustina Bessa-Luís, entrevistada para a revista Ler, 2003)
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